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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Entre o silêncio e a escuridão

E o silêncio era tanto
que arranhava a alma
E era tão frio que doía
e tão assustador
que medrava
arrepiando a pele
que nem o morno da noite
aquecia
e o escuro arrastava-se
infindável, atrevido;
movendo-se
calado na sombras
que teimavam em brincar
de aguçar-me os sentidos.
Dedos trêmulos e longos
tateando o nada
entre os contornos imaginários
da tua silhueta.
Encolhi-me nua
em posição fetal
até que o silêncio
frio e letal
rompeu na alvorada,
a luz tênua
de uma manhã a mais
e adormeci...


(Menina do Rio)®

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O nosso tempo

O nosso tempo não é agora
Ou em outro mundo, lá fora
Um encontro em outra vida
estrelas vagando ao infinito
Talvez num sonho bonito
Ou quem sabe no futuro
num olhar por trás do muro;
ou uma palavra calada

Nosso tempo não se fez
nos dias quentes de um mês
nas horas vagas de um dia
noutras camas, noutras bocas
no calar das vozes roucas
silenciando os espaços
nos vãos de outros abraços
entre o tudo e o nada

Nosso tempo, nem se deu
morreu ainda menino
corações em desatino
febre sem fé amolada
sem delírio ou madrugada
Morreu assim, amiúde
na dor da inquietude
O nosso tempo morreu...

Menina do Rio®