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quinta-feira, 29 de março de 2007

Perdas: Reais ou virtuais...

Esta semana vim eu a saber que havia perdido uma amiga.
Era virtual, mas era uma amiga muito querida!
Shara Ortega era uma linda dançarina de flamenco.
Linda espanhola...
A vida é isso...
Ganhos...perdas...
Eu e meu querido amigo Tony tínhamos combinado
que um dia quando nossos filhos estivessem encaminhados
na vida, iríamos eu e ele numa viagem sem data de retorno!
Primeiro pararíamos em Espanha. O Tony ia rever seus
familiares e eu ia conhecê-los e a Shara. Depois seguiríamos
por outros países até África...Sonhos...Nunca tinha visto
Shara a não ser por fotos e conversas, mas ela fazia parte
de minha vida. E era real, assim como a dor da perda. Sei
que ela está bem, mas ainda assim dói...
À você Shara, meu tributo é um olhar à estrela que
vejo acesa à tardinha na minha janela...
Muita luz...

Deixo aqui transcrito o último poema de Shara Ortega

Qué felicidad la mia
matando la añoranza
que nunca me mató.

Qué sutileza siento
viendo tanta belleza
que todavía sobró.

Esas deudas viejas
que todo se paga

¡y nada se borra!

Qué cuerpo aun tan fuerte
que venza a la muerte
la vida es mi suerte.

¡Ah, mis ojos!...
con los que todo veo,
y todo lo noto.

Que bueno haber sido gente,
un poco más que apenas prudente
no solo un contestador,

yo contesto el dolor.

Pero a nadie detesto,
por tener mucho Amor.
(Shara Ortega)

Nota pessoal: A morte vence ódios e rancores, mas o
AMOR...vence a morte...

quinta-feira, 22 de março de 2007

A menina se foi...

Quando publiquei meu último post no Momentos decidi
que me manteria em silêncio até me despir das vestes de
“Menina do Rio” e, pretendia fazê-lo lentamente até
retornar um dia, renovada.
Tencionava guardar a fantasia numa gaveta e deixar que
ela desbotasse com o tempo como uma velha fotografia
mas, em função do circo que se armou em torno disso por
conta de algumas pessoas desprovidas de caráter decidi
que a “Menina” sai sim, mas, sai porque na verdade ela
nada mais era que um sonho que por muito tempo me
povoou as noites. A Menina sai porque deixou de ser
menina; porque não há mais cantiga de roda, o dia raiou
e a vida lá fora chama pra viver...E o que é a vida, senão
esse apelo amigo das almas lindas que me rodeiam, o
sorriso de meus filhos e o abraço forte de quem
me compreende e me aceita como eu sou...

E o blog continua, porque como disse minha filha,
isto aqui é o meu divã

A menina e o poeta

O poeta sonhou
e em seus sonhos
a menina nasceu

a menina sorriu
e deixou
que o poeta
sonhasse

e ambos sonharam
a menina e o poeta

mas o poeta
tinha outros
sonhos

e nos sonhos
do poeta
outras meninas
nasceram
e sonharam

e eram tantos sonhos
que o poeta sonhou
que nesses sonhos
a menina se perdeu

até que um dia
acordou
e nos sonhos
do poeta
não mais sonhou....


“Fostes em todas as formas um país que eu nunca vi
velhos sonhos dos meus olhos e eu só te vi a ti...

(António Variações)

domingo, 18 de março de 2007

Estar só...

Maior que as palavras
é o peso do silêncio
o vazio...
maior que a multidão
é a solidão da alma
debatendo-se
pra romper o vácuo
maior que o mar
é o sonho de voar
de uma águia
de asas partidas
maior que estar só
é ser só...
estar só é um estado,
uma fração de tempo
ser só
é uma condição
por vezes imposta
pelas circunstâncias,
pelo medo
de estar só
sem ser só...


Aqui vos deixo meu beijo de
menina e até um dia...

quinta-feira, 15 de março de 2007

Calo-me...

Nada do que posso hoje me suprime
E não me apetece dizer nada...

sábado, 10 de março de 2007

Não há mais verdades...

Minto a mim mesma
ao dizer
que não reconheço tua voz
nem a cor de teus olhos
Que as palavras antes ditas
se foram, espalhadas ao vento
Que teu sorriso perdeu-se
por ai
Esses anos de intenso amor
eram quimeras
Sonhos
que as manhãs dissipavam...

Minto a ti
ao dizer que nem sei mais o teu nome
Outros nomes ocuparam-me a mente
Mergulhei em outros olhos claros
e naufraguei em outras bocas
E que rasguei teus retratos,
apaguei teus escritos
para não pensar mais...
E pouco me importa
que te role uma lágrima
pois não chorarei
mais por ti

Minto a ti
Que a paixão era
uma fantasia
Só queria provar a mim mesma
que podia ter-te
como um brinquedo novo
até que viesse
o próximo Natal...
Depois
te colocaria numa caixa
junto a tantos outros
para doá-los

a quem nunca teve
um brinquedo

Minto-me
que sou feliz
E rio de mim mesma
como uma hiena
faminta...
Não há mais verdades...



terça-feira, 6 de março de 2007

Carta a um homem especial

Gosto de ver-te assim, a observar-me com um leve
sorriso enquanto perco as horas escrevendo no pc
o que tu chamas de “as minhas fantasias”. Dizes
que “viajo na maionese”, ou quando finges dormitar
ao som das notas desafinadas que dedilho ao piano
mas, bem sei que ficas a ouvir...
Gosto quando me abraças enquanto olho a chuva

na janela e me ofereces uma taça de vinho e, num
doce e profundo beijo desnuda-me a alma... E com
a doçura que te é nata, toma-me em carícias com
tuas mãos quentes, e com teus gestos firmes ama-me
como se eu fosse única e eternamente tua... Nesse
momento o mundo somos nós, tu e eu entre os lençóis
suados, enlaçados...nessa doce troca de olhares
enquanto
me afagas os cabelos...
Gosto de acordar num beijo, enquanto murmuras

baixinho: - “o café está na mesa, meu bem”. E de
quando me acaricias as costas e brincas de soprar
as espumas do banho enquanto reclamo que estás
a me molhar os cabelos; sabes que só os lavo à noite
e que pela manhã não dá tempo de seca-los, mas
ainda assim os molhas...
Gosto quando penteias a barba a olhar-me através

do espelho, enquanto falamos sobre o dia que
começa e me divirto quando tu chegas na rua e
descobres que esquecestes as chaves do carro e
voltas pra me
dar um beijo...
E, nesta paz de cada amanhecer

eu me encontro em ti...

Ass: Eu


domingo, 4 de março de 2007

Pra variar...

Dia destes cai na besteira de citar uma frase infeliz
sobre comentários anônimos num blog amigo, onde
alguns membros da platéia feminina reagiram e me
colocaram na berlinda. Fiquei mal, não pelo que
havia escrito, mas porque entrou uma amiga minha
e me tomou a defesa, advinhem (anônima também) e
é claro que sobrou pra mim. Sofri ameaças anônimas,
claro! - e até meu pseudômino foi questionado. Seria
eu tão anônima quanto os (as) anônimas por usar o
“Menina do Rio” pra assinar meus escritos. Pelo
menos eu assino e tenho um perfil...mas - tive que
voltar lá e explanar sobre a real diferença entre
anonimato e pesudônimo,uma vez não havia outro
lugar onde faze-lo - Acho que deflagrei a terceira
grande guerra mundial por lá...
A título de esclarecimento, o “Menina do Rio" é um
poema feito em minha homenagem por alguém muito
especial e como forma de agradecimento patenteei a
marca e carrego comigo por onde vou. Esse epsódio
me chateou, pois sempre fui franca e objetiva em tudo
o que faço e falo e em momento algum precisei
esconder-me na sombra do anonimato. Infelizmente
corro o risco de perder o amigo, por algo que nem fiz
mas...
" cela il doit faire... c'est la vie"...

Devia ter ficado calada como sempre faço e hoje ainda

chateada
saí pra fazer uma trilha.
Foi o bastante pra compensar esse desgaste! Postei as

fotos no álbum e os convido a um passeio virtual. O link
está em Fotos na barra lateral em Coisas de Menina.


Pra quebrar o ranço que ficou, hoje deixo de lado
“minhas fantasias” como diz o Beto e trago pra vocês
uma coisa docinha e deliciosa feita por mim!!!

Deleitem-se!!

Beijos

Fui...............................


quinta-feira, 1 de março de 2007

Cena final...

Já não sou mais um peão
neste teu jogo de sedução
saio do tabuleiro
e me vou...

Não tenho falas
pra encenar mais um acto
neste circo onde sou
apenas mais um palhaço
desço do picadeiro
e me vou...

Já não tenho pés
pra desfilar nesta avenida
Recolho os farrapos
do que foi minha fantasia,
guardo a purpurina
e me vou...


Quisera num breve instante acreditar que não foi em vão...