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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Um mito

Rendo-me a este amor que me consome
Numa fome de paixão que me alucina
Que me seca, me enlouquece, me domina
Na ausência infinita desse homem

Será ele um deus, um Adônis, ou quiçá
Um mito, uma caça ou caçador?
Espreitando na floresta um rumor
Das ninfas dos bosques a cantar

São tantas deusas e - tão belas!
Armadas de arco e flecha até os dentes
De todas as formas e sorridentes
Vestidas de lobas e donzelas

Nesta luta qual seria o meu destino?
São guerreiras destemidas a disparar
Suas fechas, seus encantos pelo ar
Pelo amor de um doce deus menino

Pobre ninfa sonhadora e triste...
A correr entre as árvores à procura
Desperta desse sonho, essa loucura
Adônis é só um mito – não existe...



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Enlouqueci...

Desperto
O sol já vai alto, se faz tarde. Lá se foi a manhã desse

domingo. Ao meu lado miro o travesseiro. Sinto teu
cheiro, mas não estás. Partistes enquanto eu dormia;
sem adeus, sem um beijo. Ainda tonta caminho até a
cozinha. O café na mesa, o queijo, o pão. O Jornal no
chão. Na manchete uma foto – um avião. De repente, a
dor; real de tua ausência. Volto ao quarto em desespero

– teu cheiro no ar, nos lençóis... Teu armário vazio...
Corro até a sala. Teus cds, teus livros; nada... Partistes
feito um ladrão enquanto eu dormia - levando meu
coração... Corro ao portão... As chaves na caixa do
correio...Volto ao quarto e, mais uma vez, revejo a noite
como um filme lento. O calor, a paixão... Não sei onde te
perdi, se dissestes-me esta noite entre beijos que eu era
a tua luz e teu mel... Aguço os sentidos...ouço um tic..tac...
descubro o teu relógio na mesinha de cabeceira entre
o copo e o cinzeiro. Enfim...deixastes-me algo – as horas...
pra esperar enquanto enlouqueço - lentamente...


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Eternamente...


Hoje acordei de um sonho
Ao ler e reler teus escritos
Percebi que nada sou pra ti
Já não fazes parte de mim
E não estou mais em tua vida
Que meu desejo não é mais teu desejo
Hoje a dor doeu mais forte
Ao imaginar-te em outros braços
Perder-te em carícias
Que não são minhas...
Não quero e não devo mais
Pensar em ti...
Recolho-me só em meu mundo
Remoendo pensamentos
Relembrando momentos vividos
Tão perdida, tão sentida...
Saíste de mim sem dizer nada
Aos poucos foi me ocupando um vazio aqui
Do outro lado do mundo
Sem tua voz e teu calor...
Gelaste meu coração
Com teu frio
Entorpecestes-me a mente
Num grito calado...
Estou só
Nas trevas
Eras minha luz
Meu alvorecer
Minha canção de amor
Cantada na noite, emudeceu
Os sinos não tocam mais...
Mas, meu coração
Viverá à espera
De tua volta

Eternamente...


sábado, 10 de fevereiro de 2007

Divagações...

Em teu olhar mirei meus sonhos
Em teu sorriso plantei uma flor
Em teu silencio morri...

E nas mãos que nunca me tocaram
deixei pousar a minha alma
eternamente...


Até que a água brote em fogo